Centros concentram prática de atualização profissional sem deixar de lado os horários de trabalho coletivo na escola
Frances Jones (novaescola@atleitor.com.br)
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Trocas construtivas Educadores fazem cursos e se encontram no centro de capacitação e, ao mesmo tempo, os formadores vão até as escolas
Um local para ser usado por professores, diretores e coordenadores
pedagógicos que querem investir na busca de conhecimento para melhor
exercer seus papéis. Essa é uma tendência observada em outros países e
que chega ao Brasil: algumas Secretarias de Educação estão investindo na
implantação de centros de formação para os profissionais de suas redes.
"Uma das vantagens de concentrar os encontros formativos e cursos em um
mesmo lugar é a possibilidade de promover, de forma sistemática, a
troca de experiências entre diferentes escolas e a disseminação de boas
práticas e teorias", diz Cleide do Amaral Terzi, assessora pedagógica e
consultora educacional.
A tendência também foi detectada pela pesquisa Formação Continuada de Professores no Brasil,
que aponta a intenção das Secretarias consultadas em ter uma sede
própria de capacitação. Para Helena Costa Lopes de Freitas, coordenadora
de Formação de Professores da Secretaria de Educação Básica do
Ministério da Educação (MEC), a escola permanece sendo o espaço de
formação continuada por excelência, e ao centro cabe o papel de
disseminar e dar organicidade às políticas públicas de capacitação em
serviço.
Mato Grosso é um dos estados que apostam nessa ideia desde 1997. Lá já
existem 15 Centros de Formação dos Profissionais da Educação (Cefapros).
Além de um prédio em Cuiabá, há unidades em Barra do Garças, Alta
Floresta e outras cidades-polo, que atualmente atendem cerca de 30 mil
docentes de 724 escolas estaduais. Além disso, a Secretaria de Educação
oferece auxílio técnico para as secretarias municipais a fim de que
essas, por sua vez, promovam a formação de seus coordenadores
pedagógicos.
Os Cefapros têm auditório, biblioteca, laboratório de informática, salas
e alojamento para abrigar os profissionais de outras cidades que vêm
fazer cursos. Os educadores dos centros são concursados e trabalham em
regime de dedicação exclusiva. A esse modelo de formação, entre outros
fatores, as autoridades de Mato Grosso creditam grande parte do aumento
de 36,11% nas notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb) do Ensino Fundamental do estado entre 2005 e 2009.
Formadores também visitam os coordenadores na escola
Para promover um real impacto na aprendizagem dos alunos, é
indispensável que os centros de formação impulsionem a formação docente
liderada pelo coordenador pedagógico em cada escola. Para tanto, Ema
Marta Dunck Cintra, superintendente de Formação dos Profissionais da
Educação Básica de Mato Grosso, diz que a rede oferece orientação em
cada instituição, contribuindo em demandas específicas. Um caso que
ilustra essa articulação é o de Elisiane Tolio, coordenadora pedagógica
da EE Nossa Senhora da Guia, em Barra do Garças, a 508 quilômetros de
Cuiabá. Bimestralmente, ela e outros coordenadores recebem formação no
Cefapro da cidade. Na escola, Elisiane e sua equipe têm o apoio de duas
profissionais do centro, que fazem visitas semanais para orientações
pontuais. "Elas são atualizadas e aptas a indicar ótimos estudos e
leituras", relata.
A Secretaria Municipal da Educação de Curitiba utiliza a formação
externa como complemento ao trabalho coletivo nas escolas. O chamado
Centro de Capacitação, um prédio de oito andares, funciona desde 2004 e
oferece cursos aos docentes e coordenadores da rede municipal - composta
de 179 escolas, 174 centros de Educação Infantil e 14 mil servidores.
Há 12 salas para no mínimo 50 pessoas - com computador, projetor
multimídia e lousa interativa -, dois laboratórios de informática,
auditórios e biblioteca.
Para cada profissional da rede, são oferecidas ao menos 80 horas anuais
de capacitação. As propostas partem das coordenadorias da Secretaria,
que atuam em colaboração com nove regionais. Os organizadores verificam a
procura pelos cursos e fazem avaliações ao final de cada um. Uma vez
decididos quais conteúdos serão ministrados, a equipe central busca
especialistas em universidades ou em um banco de professores
credenciados. "Ao menos três são contatados para mandar seus planos de
trabalho", diz Eloina de Fátima Gomes dos Santos, diretora do
Departamento de Tecnologia e Difusão Educacional. As propostas ficam no
site da Secretaria e são disponibilizados módulos a distância. Mas os
cursos presenciais são tidos como essenciais: "Temos realidades muito
diferentes, por isso a troca de experiências entre os pares é sempre
rica", afirma a diretora.
Quer saber mais?
CONTATOS
Cleide do Amaral Terzi
EE Nossa Senhora da Guia
SEB/MEC, tel. 0800-616-161
Centro de Capacitação da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, tel. (41) 3218-2430
Cefapro de Barra do Garças, tel. (66) 3401-7620
Cleide do Amaral Terzi
EE Nossa Senhora da Guia
SEB/MEC, tel. 0800-616-161
Centro de Capacitação da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, tel. (41) 3218-2430
Cefapro de Barra do Garças, tel. (66) 3401-7620
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/coordenador-pedagogico/secretarias-apostam-centros-formacao-coordenadores-pedagogicos-629905.shtml